Estudo demonstra que o sobrepeso nem sempre é sinal de pouca saúde
Apesar da obesidade ser considerada um problema de saúde pública, é possível que as pessoas com sobrepeso e boa parte dos obesos sejam saudáveis. A constatação surgiu de um estudo realizado pelo Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, e publicado na revista científica Archives of Internal Medicine, que analisou quase seis mil pessoas para quem o exercício não fazia parte da rotina.
Mais da metade dos analisados com sobrepeso e 31,7% das pessoas obesas apresentaram níveis saudáveis em exames de colesterol, glicose, pressão sanguínea e outras medidas ligadas a doenças cardíacas. Judith Wylie-Rosett, coautora do estudo, enfatizou não querer passar a mensagem de que as pessoas não precisam se preocupar com seu peso. Segundo ela, a maior preocupação dos pesquisadores foi descobrir se os mais gordos têm mesmo mais propensão a doenças. De acordo com o endocrinologista cearense Sérgio Filgueiras, é preciso saber identificar os sinais de uma obesidade saudável. Isso só é possível a partir de exames médicos. Mas ele comenta algumas características observáveis, como por exemplo o fato de que a obesidade saudável geralmente ocorre entre pessoas para quem ela começou já na infância.
Outro estudo realizado pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, mostrou um resultado parecido e indicou que é possível estar acima do peso ideal e não ter sinais de resistência à insulina – fato que pode ocorrer pela concentração da gordura abdominal – nem de aterosclerose precoce. Segundo o médico, a distribuição homogênea da gordura também é um fator decisivo para o diagnóstico da “obesidade sadia”. “Sabemos que a gordura localizada, principalmente a da linha da cintura, pode ser indício de doenças cardíacas”, diz. “Quem é magro também precisa fazer exames. A magreza não é necessariamente um sinal de saúde”.
No Brasil, estima-se que 40 milhões de pessoas sejam obesas ou estejam acima do peso ideal. Apesar da Organização Mundial de Saúde – OMS considerar a obesidade como doença grave, o médico fala que é preciso, antes de tudo, se preocupar com a saúde e não com a estética. “Já vi pessoas com sobrepeso que estavam com a saúde em dia, mas acabaram apresentando mudanças nos exames após o início de tratamentos para emagrecer”, diz. De qualquer forma, o médico alerta para a importância de procurar ter uma alimentação saudável e de uma rotina de exercícios, sempre bons hábitos.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
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