sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sódio nos alimentos

A cena é comum no cotidiano de muitos brasileiros. A pessoa sai de casa cedo. Passa o dia inteiro no escritório. Participa de reuniões, pensa em um projeto inovador para vencer a concorrência, fica estressada diante de prazos curtos e, depois do expediente, ainda passa no banco para pagar a conta de luz e do aluguel. Em algumas situações, emenda na aula daquele curso fundamental para a carreira.

Ao voltar para casa, às dez da noite, precisa preparar o jantar. Lava os alimentos, corta, faz a salada, cozinha os legumes, assa a carne. Que nada. É difícil dar conta. Por isso, a agenda cheia de compromissos tem levado cada vez mais indivíduos a preferir comprar alimentos semiprontos, no supermercado, com objetivo de economizar tempo.

Um dos maiores vilões de itens como nuggets, hambúrgueres e lasanhas disponíveis nas prateleiras é a alta concentração de sódio. O elemento é usado não apenas para promover o paladar da comida, mas na conservação dos produtos.

A nutricionista Renata Kutwak diz que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de uma quantidade diária entre 5 e 6 gramas. No entanto, a média no país está em 12 gramas ao dia, por pessoa. “É preciso atenção até mesmo às linhas light. Embora elas contenham menos sódio do que as tradicionais, a quantidade ainda é grande”, aponta a especialista.

Ela cita uma pesquisa realizada no ano passado pelo IBGE, que envolveu produtos como caldo de galinha e temperos prontos de alho e peixes. No geral, a presença de sódio e outras substâncias químicas estava 74% acima do aceitável. “Em excesso e no contato com a mucosa do estômago, o sódio pode aumentar as chances de câncer no órgão. Em longo prazo, é capaz de gerar também retenção de urina, problemas renais e de circulação”, explica Renata.

Para driblar os excessos

A nutricionista percebe que muitas pessoas consomem alimentos semiprontos como um hábito. Em sua opinião, o mais correto seria tê-los à mão nos casos de urgência. Para que todo dia não seja uma nova urgência, vale se planejar. Separe a noite de um dos dias da semana para preparar os alimentos. Ou, se não tiver mesmo paciência para a tarefa, contrate uma cozinheira que faça isso por você. Com mais organização, confira algumas dicas de Renata para aproveitar melhor alimentos saudáveis e conservá-los por um tempo maior:

A técnica do branqueamento: ferva água. Coloque os legumes dentro da panela e deixe cozinhar por cerca de cinco minutos. Interrompa o processo. Em seguida, ponha os legumes em uma bacia com água gelada e gelo. Depois de cinco minutos, armazene os alimentos no congelador. Eles são conservados com qualidade durante um mês.

Carne e frango: fatie as peças e armazene no freezer. Ficam conservadas durante três meses.

Polpa de frutas: se você gosta de preparar sucos, mas as frutas acabam estragando na geladeira, compre a polpa de fruta congelada.

Folhas Secas: compre um secador de alface, encontrado em lojas de utensílios para casa. Faça a higienização das folhas, remova o líquido no secador e guarde em um recipiente. Serve também para rúcula, agrião, entre outras. Na geladeira, conserva os alimentos por uma semana.

Molhos: molhos prontos contêm altos índices de sódio. Compre alecrim, manjericão, salsa ou orégano, por exemplo. Em sua versão desidratada, também entram na lista. Uma opção é misturar com iogurte, para temperar a salada.

Enlatado x congelado: legumes enlatados são ricos em sódio. Se não for preparar em casa, prefira os pacotes dos congelados, que se conservam com a técnica do branqueamento, nesse caso aplicada em escala industrial.

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