terça-feira, 29 de março de 2011

Preservando a saúde das artérias

Arteriosclerose é o nome que se dá ao endurecimento da parede das artérias do corpo humano. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (Sbacv), uma de suas formas de manifestação é a aterosclerose, que atinge artérias como as coronárias (coração), carótidas (pescoço) e dos membros inferiores (pernas ou genitália, por exemplo).

Com o depósito de gordura, cálcio e outras substâncias nas paredes das artérias, há uma espécie de entupimento, que reduz a irrigação de tecidos do corpo humano. Ainda segundo a Sbacv, o problema se desenvolve de maneira lenta. E suas consequências são observadas após a obstrução de cerca de 75% do calibre da artéria.

Histórico familiar, tabagismo e do sedentarismo contribuem para isso. Pessoas com alto índice de gordura no sangue podem ser consideradas grupo de risco, bem como a faixa etária entre 50 e 70 anos. O desvio das gorduras sanguíneas para produção do hormônio feminino estrogênio deixa as mulheres um pouco mais protegidas, pelo menos, até a menopausa.

Caso as artérias afetadas sejam as coronárias, o indivíduo pode sentir dor cardíaca quando fizer esforço. Quando são afetadas as carótidas, é possível haver perturbações visuais ou paralisias transitórias. Dependendo da evolução, ocorrem desmaios ou derrames. Nas artérias dos membros inferiores, há situações de dor nas pernas, queda de pêlos, atrofias da pele e até mesmo dificuldade de ereção.

Dieta equilibrada abre caminhos

Além da disciplina para se dedicar a exercícios regulares, a proteção das artérias fica a cargo de uma dieta equilibrada. Estudo divulgado pela revista europeia Atherosclerosis demonstrou que o aumento do nível de licopeno no sangue, por meio de sua suplementação, reduz o desgaste causado pela oxidação no organismo e melhora a função endotelial (de camadas que revestem o interior de órgãos como o coração, vasos sanguíneos e cavidades).

Foram avaliados na pesquisa 126 homens coreanos de meia idade, que tinham consumo moderado de álcool, fumavam e apresentavam baixa ingestão de frutas e legumes na dieta. Eles receberam suplementação de licopeno durante oito semanas. Os autores do estudo afirmam que os benefícios foram observados em indivíduos cuja função endotelial já estava prejudicada no começo da avaliação. Os resultados também não são extensivos a mulheres, indivíduos de outras etnias, faixas etárias ou grupos geográficos, embora possam oferecer indícios e inspirar experimentos em outras regiões do globo.

Segundo artigo das nutricionistas Ana Beatriz Rique, Eliane Soares e Claudia Meirelles, publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte, acredita-se que o licopeno atue na prevenção do câncer de próstata. É possível ainda, na opinião das especialistas, que a vantagem do “baixo status oxidativo” observado em populações como a de Nápoles, na Itália, em comparação à de Bristol, na Inglaterra, deva-se ao alto consumo de tomate pela população italiana, em suas receitas mais tradicionais.

Embora a principal fonte de licopeno seja o tomate, a substância pode ser encontrada em alimentos como beterraba, melancia e goiaba.

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